quarta-feira, 7 de abril de 2010


Rodrigo Pinto ouve ribeirinhos de Marechal Thaumaturgo

# Durante cinco dias, o pré-candidato a governador pelo PMDB conheceua realidade dos moradores das áreas mais longínquas e isoladas doEstado. Ele acompanhou a deputada estadual Antonia Sales que faz asvisitas regularmente. Durante cinco dias, enfrentando sol, muita chuva e picadas de insetos,subindo e descendo barrancos de rios enlameados e viajando até mais de10 horas seguidas em pequenos botes, o pré-candidato a governador peloPMDB, vereador de Rio Branco Rodrigo Pinto, visitou dezenas decomunidades ribeirinhas de Marechal Thaumaturgo. Para conhecer a verdadeira realidade desta parte dos povostradicionais do Acre e montar sua proposta de plano de governo paraser discutida com a sociedade, Rodrigo Pinto chegou aos locais maisremotos e isolados do Estado, como a comunidade Seringueirinha, no RioBagé. Acompanhando a deputada estadual Antonia Sales, que faz as visitasregularmente aos moradores do Vale do Juruá, o pré-candidato do PMDBconheceu dezenas de comunidades ribeirinhas dos rios Juruá, Tejo eBagé. Quase todas as comunidades visitadas fazem parte da ReservaExtrativista do Alto Juruá, o que impõe muitas limitações àsobrevivência de seus moradores já prejudicados pelo grandeisolamento. O vice-prefeito de Marechal Thaumaturgo, Maurício Praxedes(PMDB), sua mulher Maria de Jesus, e o vereador Zeca do Assis (PMDB)integraram a equipe da viagem. Para chegar a algumas das comunidades, mesmo em tempo de cheia dosrios, são mais de 10 horas de viagem em pequenos botes. Na época daestiagem, quando os rios secam, principalmente nos locais maispróximos às suas nascentes, pode-se levar até dois dias, muitas vezesarrastando os barcos para ultrapassar troncos, pedras e bancos deareia. É enfrentando estas longínquas viagens que os ribeirinhos do Vale doJuruá saem em busca de assistência em saúde ou para vender seusprodutos na sede de Marechal Thaumaturgo. Muitas vezes, quandoprecisam chegar a Porto Walter ou Cruzeiro do Sul, a viagem e osofrimento se tornam mais longos ainda. Ausência do poder públicoFalta de assistência em saúde, má qualidade da educação, nãoexistência de incentivo à produção (ao contrário, aumento dasdificuldades) e falta energia elétrica e de comunicação são asprincipais reclamações dos ribeirinhos de Marechal Thaumaturgo. Mesmona Vila Foz do Breu, que dispões de um pouco mais de estrutura, aenergia elétrica por gerador, que era fornecida das 18h as 21h, hátrês meses não funciona. Sem energia, não há como utilizar computadores com a internetinstalada na escola local. “Não adianta de nada dizer que temcomputador e internet se não tem energia pra funcionar. Mesmo quandotem energia é só a noite e por três horas”, diz José Idas RodriguesFerreira, 49. A primeira reivindicação, em muitas comunidades ribeirinhas, é umasimples máquina de beneficiar arroz (chamada de despeladeira). Osprodutores levam o produto com casca para Marechal Thaumaturgo eperdem até 40% do total (20% de casca e 20% como pagamento parabeneficiar). “Uma despeladeira aqui já seria de grande ajuda pragente, pois atenderia todo o Rio Bagé, já que aqui é a metade daviagem, mas a gente não tem nem promessa”, disse o agricultor JonasGomes de Oliveira, 54, que tem 14 filhos. Ameaça de perder a terraEm alguns casos, como dos moradores do Rio Amônia, os problemas seagravam. Eles sofrem ameaça de serem expulsos das terras onde vivemdesde que nasceram e onde construíram seus pequenos patrimônios, ascasas simples, pequenas plantões e criação de animais. “Eles dizem que vão indenizar a gente, mas ninguém acredita, pois issonunca aconteceu. Mesmo se indenizasse eu não quero sair da minhaterra, onde morei minha vida toda e onde construí minhas coisas e dosmeus filhos. Gostaria que as autoridades olhassem pra nós como gentetambém, porque a gente produz, vive aqui há muitos anos e parece queagora só os índios têm direito”, disse José Leomar Vieira da Silva,47. A maioria dos ribeirinhos do Rio Amônia vive a ameaça pela segundavez. Foram expulsos quando se criou a Terra Indígena Ashaninka. A áreaem que foram assentados pelo Incra, sem direito à indenização, sofreprocesso para ser transformada em Terra Indígena Apolima-Arara, quetambém foram assentados no local, na mesma época, como brancos. Atender a todos“Tristeza, revolta, indignação. É isso que a gente sente ao ver deperto o sofrimento dessas pessoas para sobreviver em locais tãoisolados. Além das dificuldades impostas naturalmente pelo isolamento,esses ribeirinhos enfrentam o completo abandono do poder público,principalmente do governo do Estado. Isso tem que mudar”, disseRodrigo Pinto ao encerrar suas visitas às comunidades ribeirinhas deMarechal Thaumaturgo. De acordo com o pré-candidato, tudo que viu e ouviu durante cinco diasirá servir para a elaboração da proposta de plano de governo que serádiscutida com a sociedade acreana. “A proposta do PMDB vai buscaratender a todos os setores do Estado, mas principalmente estes quehoje vivem à margem do poder público, sem quase nenhuma assistência eque são os verdadeiros guardiões dos nossos rios e florestas”,garantiu o pré-candidato.

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